sexta-feira, 10 de maio de 2013

ANALISE DO UNCHARTED 3


“Uncharted 3” mostra o retorno do aclamado game cinematográfico do PlayStation 3. A aventura de Nathan Drake consegue mais uma vez surpreender o jogador com belíssimos efeitos visuais, combates emocionantes e um modo multiplayer de arrebentar.

Por mais bacana que seja o game, não é possível deixar passar batido alguns problemas, principalmente com a localização, que tem palavrões de sobra e sendo que alguns são completamente gratuitos e ausentes na versão original.

O esmero da produtora do jogo e o nível de qualidade está muito acima do que vemos nos jogos de hoje em dia. No final das contas, “Uncharted 3” não surpreendeu tanto quanto o seu antecessor, mas digamos que ambos estão em pé de igualdade. É inegável que este é um jogo essencial para quem tem o console da Sony e um forte candidato a jogo do ano.

INTRODUÇÃO

“Uncharted 3” tem a difícil missão: superar “Uncharted 2”. Dá para ver que a briga aqui é das boas, pois estamos falando de um game que tem um forte apelo cinematográfico estrelando um dos protagonistas mais marcantes da atual geração de videogames. Desta vez o segredo é encontrar Ubar, a Atlantis do Deserto, mas no caminho Drake tem confrontar seu passado e da lealdade de seus amigos.

PONTOS POSITIVOS

  • Gráficos fantásticos
  • Parecia impossível, mas a Naughty Dog conseguiu mais uma vez fazer com que todos os limites conhecidos do PS3 fossem superados. Tudo em “Uncharted 3” é muito, muito bonito, cheio de detalhes e bem orgânico. Muitos dos “enfeites” dos cenários como cestas de frutas, tapeçarias e armaduras estão ali para transformar o ambiente mais natural.

    A variedade de cenários também é bastante interessante, como um bar em Londres, um castelo na Síria, as ruas estreitas da Colômbia... lugares fantásticos que literalmente fazem o jogador viajar e conhecer novas culturas.

    Andar por um cenário tão rico em detalhes pode parecer complicado, mas os produtores vão dando pequenas dicas do local que deve ser seguido. Às vezes isso é feito com pássaros empoleirados em fios, em outras é possível saliências que podem ser escaladas com uma cor um pouco diferente, mas sem destoar com o resto do ambiente. E se mesmo assim o jogador ficar perdido, o jogo vai mostrar o local que deve ser seguido depois de um tempo.

    À primeira vista o jogo não parece ser muito melhor do que “Uncharted 2”, entretanto, os menores detalhes fazem a maior diferença. Os efeitos de luz, por exemplo, se mesclam com a jogabilidade seja ofuscando a visão, o que atrapalha o jogador, seja projetando as sombras dos adversários, o que dá ferramentas para calcular o próximo passo a ser dado. Tudo isso serve apenas para dar um aperitivo do que você encontrará no decorrer de 10 horas de jogo – e pode pegar um babador, pois será difícil não ficar com o queixo caído por todo esse tempo .

    Em tempo, poucos jogadores vão perceber, mas existem alguns detalhes que foram mudados, como a cor dos olhos de Drake, que passaram do castanho para o azul. Um detalhezinho insignificante, mas mesmo assim curioso.
  • Trama evolvente
  • A história do jogo é muito emocionante e passa por diversos pontos como a lealdade de seus amigos, a ligação de Drake com Sullivan e a vilã do jogo, Marlowe. Sem estragar a história, dá para dizer que todos os amigos do protagonista aparecem e têm um motivo para ajudá-lo na aventura, sem forçar a barra. O game dá ainda a chance de conhecer os primeiros passos de Drake como caçador de tesouros - e isso é só a ponta do iceberg. O importante é que você saiba que “Uncharted 3” é um dos games mais emocionantes, não só pela porção interativa, mas também pelas cenas de corte que regem o jogo como uma orquestra muito bem afinada.
  • Mais variedade no combate
  • Os combates estão melhorados, seja na briga mano-a-mano, seja apontando um trabuco contra os inimigos. Agora Drake tem maior interação com o cenário. Durante a briga ele pega garrafas, usa cadeiras, pedras e quinas para acabar com a ameaça. Entre os novos truques de Drake está a possibilidade de puxar a granada que ficam nos cintos dos inimigos.

    Os adversários também estão mais espertos, usam proteção, se esquivam de disparos e usam novas táticas para cercar Drake. A variedade também está em alta, pois agora existem três tipos de capangas, sendo que um cara gigante e lento, um que usa uma roupa a prova de balas e os capangas normais que morrem com poucos socos e disparados.
  • Ação de tirar o fôlego
  • “Uncharted 3” não deixa o jogador parar para respirar um minuto sequer. Quando não é uma cena de combate incessante é uma fuga ou perseguição que toma conta da tela. O jogador sente que está em um filme de John Woo ou  outro diretor de cinema que teima em colocar uma cena de tensão mesmo nas partes mais tranquilas, como a resolução de um puzzle em uma caverna tomada por aranhas assassinas.

    Tudo é pensado para que o jogador não desvie sua atenção e com isso fique excitado a cada novo cenário a ser descoberto ou a cada tesouro coletado. E isso coloca o título como um dos favoritos jogos do ano de 2011.
  • Multiplayer variado e competente
  • Não foi só na campanha single player que a produtora Naughty Dog conseguiu refinar ao extremo a fórmula de "Uncharted 3": as partidas multiplayer mostram também um capricho sem igual.

    Nada de revoluções ou grandes novidades, as palavras de ordem aqui são competência e variedade. Tal qual "Uncharted 2", "U3" apresenta combates tradicionais (cada um por si ou equipes).

    Aqui há também partidas de caça ao tesouro, em que se deve pegar itens e levar aos baús e a adição de jogos no modo Arena - nada menos que a versão de "Uncharted" para o aclamado Horda, de "Gears of War". Trabalhando em equipe, o objetivo é vencer legiões de inimigos ou realizar outras missões - ou até mesmo enfrentando também outras equipes de jogadores humanos.

    A qualidade de conexão é rápida e excelente - não tem mais aquela conexão super demorada como acontece no início do multiplayer de "Uncharted 2" - e ainda há grande variedade de opções de personalização, seja no visual do personagem ou armas e habilidades em uso.

    Outro ponto empolgante das partidas online é que praticamente toda ação rende dinheiro e pontos de experiência. Ou seja, mesmo que você não seja muito bom de mira e no gatilho, saber se defender, auxiliar companheiros nos ataques e roubar tesouros também permite evoluir tranquilamente.

    Para completar, o game privilegia também aqueles que tem outro colega para jogar em casa, permitindo multiplayer em tela dividida.

PONTOS NEGATIVOS

  • Dublagem e palavrões de sessão da tarde
  • A Sony está se esforçando para trazer jogos localizados para o Brasil, mas isso não quer dizer que devemos fechar os olhos para alguns problemas como a qualidade duvidosa da dublagem do jogo e os erros de português nas legendas.

    A primeira impressão é que os dubladores nem chegaram perto do jogo, não sacaram qual era a situação que estavam lendo os textos, por isso, muitas vezes a entonação da voz não combina com o que está sendo exibido na tela. Na verdade, muitas vezes a impressão é que eles estão mais lendo um texto do que interagindo uns com os outros.

    Além disso, existem alguns pontos na localização para o português que merecem ser destacados, como a quantidade de palavrões, sendo exagerados e, em algumas ocasiões, desnecessários.

    Outro ponto sensível está nas legendas, onde é possível ver que o também não existiu contato do tradutor com o jogo. Em uma passagem em específico, quando Nathan está acompanhado apenas por Elena ele fala para ela “Eu vou subir o muro e vocês se escondam”. Outros erros podem ser notados na tradução de expressões e gírias. Um exemplo é “I got it!” que foi traduzido como “Eu consegui!”, no lugar de “Saquei” ou “Entendi”.
  • Gráficos mais simples no multiplayer
  • As missões cooperativas são uma das adições mais legais de "Uncharted 3", conseguindo transportar o carisma dos heróis e as missões elaboradas do single player para o ambiente multiplayer.

    Contudo, é triste ver como isso vem ao altíssimo custo de gráficos mais simples. Nesta opção, "U3" perde muitos de seus arrojados efeitos de luz, partículas e texturas e até os modelos dos heróis e inimigos ficam mais simples.

    De maneira geral, a experiência é quase a mesma, já que os controles não sofrem alterações, mas quem se acostumou com o brilho da campanha single player vai estranhar bastante o visual simplificado aqui.

Compartilhe

Nenhum comentário:

Postar um comentário