sábado, 11 de maio de 2013

ANALISE DO ASSASSIN'S CREED 3


"Assassin’s Creed" sempre chega com potencial para ser o jogo do ano. Cenários imensos para explorar, dezenas de objetivos secundários e missões extra e um roteiro digno de cinema são alguns dos fatores que transformaram a franquia,surgida nesta geração de videogames, em um verdadeiro clássico.

O terceiro episódio não deixa por menos. Graficamente impecável e cheio de coisas para fazer, "Assassin’s Creed III" ainda inova na ambientação: esqueça coisas como Jerusalém ou Constantinopla. Agora, você encarna um novo personagem em meio a uma cultura bem diferente. Você é Ratonhnhaké:ton, um descendente indígena com inglês, rebatizado de Connor, em meio à Revolução Americana, entre 1753 e 1783, até a Independência.

Curiosamente, a Ubisoft resolveu aproveitar a expectativa sobre o suposto Apocalipse no final de 2012, e adotou o evento como parte do roteiro. Isso porque, no game, você retoma o controle de Desmond Miles na atualidade, descendente de Connor (bem como de Ezio e de Altair), em busca de uma maneira de acabar com o desastre.

"Assassin’s Creed III" chega com a velha fórmula, mas com algumas novidades interessantes. Será que ele vai repetir o sucesso dos títulos anteriores? Confira a nossa análise.
Prós
  • Gráficos lindos e detalhados
  • Novo herói com novas habilidades são novidades bem-vindas
  • Missões variadas, principais e secundárias
  • Divertidíssimas missões navais
Contras
  • A história demora para engrenar
  • Bugs e mais bugs
  • Combates truncados
                                                                                                                                                                                  Enredo e controles                                                                                                                                                                                                         "Assassins’s Creed III" conta com duas tramas. Uma é a de Desmond Miles, nosso velho conhecido. Esse enredo pega carona nas profecias sobre o Apocalipse, que deveria ocorrer (mais uma vez...) em dezembro de 2012. O game atribui o fim do mundo à Catástrofe do Toba (sem piadinhas, por favor), uma enorme erupção solar que irá acabar com a vida na Terra. Para isso, ele precisa encontrar, junto a sua trupe de assassinos modernos, uma forma de abrir as portas do Grande Templo. Então, ele se liga ao Animus 3.0 e revive as memórias de outro ancestral, Connor. 

Essa trama dá a Desmond uma importância como ele nunca teve nos episódios anteriores. Isso significa que, agora, você terá maior controle sobre ele e poderá fazer mais coisas. Isso porque, eventualmente, ele se despluga do Animus para procurar mais pistas em vários locais do mundo, inclusive o Brasil. E, aí, você precisa executar algumas missões no comando dele.


Desmond corre, escala e até combate, assim como seus ancestrais. Com ele, as coisas são um pouco diferentes, porque você não tem tantos indicadores na tela, como o ponto exato no mapa onde você precisa ir e o medidor de energia. Mas isso não significa que as partes com Desmond são mais difíceis. Na verdade, as missões são curtas e bem simples, mas dão uma ideia de como poderia ser um “Assassin’s Creed” moderno.

Em uma dessas aventuras, Desmond vem parar no Brasil, em um evento de MMA. O resultado é um pouco vergonhoso: o rapaz surge em um metrô e qualquer pessoa que apareça por perto é mal-encarada e empurra o personagem sem dó. É engraçado ouvir os gritos de “esse cara tá maluco” repetidas vezes, com a mesma entonação, o que deixou a ambientação da coisa um pouco ridícula. Isso sem contar que, nos cenários, tudo é desarrumado e sujo. Não foi exatamente uma “homenagem” aos brasileiros...

No Animus, as coisas mudam. Desmond revive momentos de um jovem de nome impronunciável, Ratonhnhaké:ton (eu te DESAFIO a pronunciar isso, tente de boca cheia para um nível hard), rebatizado de Connor Kenway. O herói é bem diferente dos protagonistas das versões anteriores, especialmente de Ezio Auditore, dotado de um carisma e uma certa malícia características. Connor parece imaturo e um pouco “sem vida”, embora tenha uma história fascinante. A Ubisoft podia ter trabalhado um pouquinho melhor a personalidade do garoto.

Connor é descendente de um inglês com uma indígena mohawk, algo que é revelado de forma emocionante no desenrolar do jogo, após uma longa sequência de introdução de mais de duas horas. Esse é um ponto que pode desanimar muita gente. Se há quem reclame dos tutoriais do primeiro “Assassin’s Creed”, as horas iniciais do terceiro episódio se arrastam sem empolgação. O enredo começa confuso, a jogabilidade não agrada muito e as primeiras missões não são muito divertidas. Posso dizer, porém: vale a pena ter um pouco de paciência. O que vem depois é mesmo empolgante!

Você vai acompanhar o amadurecimento de Connor desde sua tenra infância. Pitadas de sua vida cotidiana, sua descoberta como herói – contada de uma maneira apressada, que poderia ter sido bem mais elaborada – e o aprimoramento de suas habilidades. Por sua origem indígena, Connor tem movimentos bem diferentes dos de Ezio, embora isso não descaracterize nem um pouco a jogabilidade.

Agora você pode, por exemplo, caçar animais que surgem nas florestas do jogo, tanto com seu arco-e-flecha quanto armando arapucas ou até mesmo correndo atrás deles e dando um jeito com suas lâminas. Mesmo que, suponhamos, você seja um amante dos animais e tenha pena de caçar os bichinhos à toa, eventualmente, você será surpreendido por criaturas mais perigosas, como ursos enormes. Aí, surge um quick time event para que você se livre do animal. Como “recompensa” você pode fazer um dinheirinho vendendo as peles.

As armas de Connor (fora as conhecidas lâminas) dão o tom de novidade a Assassin’s Creed III. É divertido se esconder em cima de um telhado e atirar flechas para matar soldados britânicos, um a um, enquanto eles se atrapalham errando vários tiros em você. Outra possibilidade é a de usar a corda-gancho, especialmente em locais altos. Ao avistar um inimigo rondando que pode atrapalhar a sua vida, você pode “laçá-lo” e enforcá-lo silenciosamente. 

Como sempre, não faltam missões stealth e combates corpo-a-corpo. Neste episódio, porém, o game está bem mais “exigente” quanto às suas aptidões na arte da discrição. Não raro, você vai ser pego e um belo “Dessincronizado” vai surgir na tela, obrigando-o a repetir a missão. Nem sempre há a possibilidade de voltar atrás e se esconder com sucesso, porque em algumas partes o jogo simplesmente não permite isso. 

Os combates corpo-a-corpo estão um pouco truncados e exigem um certo tempo de aprendizado. Connor não é tão bom nisso quanto Ezio ou Altair e o game deixa a desejar um pouco nesse aspecto. Isso sem contar os bugs e a queda de framerate, duas constantes no jogo. São coisas que acabam ofuscando um pouco o brilho de um game que teria tudo para ser o melhor de 2012.                                                                                                              
         Gráficos e áudio                                                                                                                                                                                           Como é de praxe na série “Assassin’s Creed”, cada aspecto secundário é tão bem pensado que a experiência se torna realmente imersiva. Os cenários são gigantescos e as cidades são reconstruídas dentro do game com enorme nível de detalhe. 

O áudio é um componente fundamental nesse efeito. “Assassin’s Creed III” prima pelos ruídos ambiente, e usa as músicas em situações muito específicas, o que ajuda a esquentar ou amenizar o clima da jogatina, dependendo da ocasião. Quando inimigos avistam você e uma batalha começa, a música é de ação e tensão, como em um filme. Em outros momentos, você vai ouvir só os seus passos e os ruídos da floresta.


Isso fica muito claro principalmente nos primeiros momentos no controle de Connor. O personagem precisa percorrer uma grande floresta e, inclusive, dar seus primeiros passos como caçador. Você vai ouvir o barulho dos seus passos na relva, o som dos pássaros e os passos apressados de alguns animais. Inclusive, o ruído que o seu personagem faz é crucial: se você for barulhento demais, suas presas irão fugir.

Em outros momentos, você precisará entrar em tavernas, e aí a música é bem animada. O falatório também é constante. Aliás, isso é outro ponto positivo do game: como nos episódios anteriores, as ruas são repletas de gente. E é possível ouvir as conversas e as interações, o que dá uma sensação de realidade muito legal.

Em “Assassin’s Creed III”, as cidades parecem bem menos populosas do que, por exemplo, Jerusalém e Constantinopla, nas quais era até um pouco difícil correr sem esbarrar em alguns grupos de pessoas. Mesmo assim, você vai ouvir o ruído do pessoal. Na fase que se passa no Brasil, na era moderna, inclusive dá pra ouvir uns papos bem estranhos. Jogue e você verá.

E por falar em conversa, não raro você terá que espionar alguns guardas e, enquanto mantém-se discreto e escondido, precisará ouvir o que eles falam. A dificuldade aqui é que eles se movem e, se você permanecer parado por muito tempo, vai acabar não conseguindo mais ouvir nada – e aí a missão falha. O jogo ajuda um pouco e mantém uma espécie de “campo de força” (ou, neste caso, de áudio), no qual você deve se manter para ouvir os planos inimigos com perfeição. Na medida em que seus alvos se afastam, o som fica mais baixo e mais difícil de ser ouvido.

A franquia “Assassin’s Creed” sempre foi sinônimo de um visual estonteante e realista, característica que só melhorou a cada episódio e atingiu seu ápice em “Assassin’s Creed III”. A Ubisoft caprichou bastante nos detalhes, deixando o game com cara de filme.

Os cenários, apesar de não serem tão populosos como os dos episódios anteriores, são muito bonitos e variados. É interessante observar as cidades americanas, como Boston, ainda em construção. Em contraste, a aldeia dos nativos é rodeada de árvores, matagais e rios.

O efeito na água é impressionante, ainda mais quando você está em meio às missões navais. O sol reflete na superfície da água e as ondulações criam um efeito muito próximo do real. Ao subir nas árvores, algo que Connor faz com maestria, você poderá ter uma visão panorâmica de tudo e observar como cada detalhe permanece nítido, mesmo distante.

As expressões faciais continuam entre as mais realistas dos games, evitando ao máximo aquela impressão de interagir com bonecos artificiais. As reações dos personagem casam muito bem com as falas e o temperamento. O figurino também está bem detalhado, e é possível até distinguir algumas texturas nas roupas.

Infelizmente, tanto poderio gráfico traz à tona a realidade: os consoles precisam evoluir. “Assassin’s Creed III” no PS3 sofre constantemente com quedas de frames, o que provoca uma lentidão difícil de lidar, especialmente em meio a batalhas contra numerosos inimigos. Os bugs também tiram um pouco do brilho do jogo, dando a impressão de que ele poderia ter sido mais refinado.                                                                                                                            Conclusão                                                                                                                                                                                                    "Assassin's Creed III" não faz feio e, de fato, consegue ser um dos melhores games lançados em 2012. Não chega a ter o brilho dos episódios anteriores - a série, aqui, parece um pouco "cansada" e precisando de uma renovação. 

Algumas novidades foram muito bem-vindas, como as habilidades de Connor, um indígena, que sobe em árvores, usa o arco-e-flecha até para matar guardas inimigos e caça animais. As missões navais são o ponto alto do game, é realmente emocionante controlar o navio e, com tiros de canhão, afundar as embarcações rivais.
Algumas coisas, porém, não ficaram tão boas. Os combates corpo-a-corpo às vezes são um pouco truncados e demorados - isso sem contar que alguns inimigos são realmente burros e ficam só olhando, sem fazer nada. O começo do jogo exige um bocado de paciência, já que é longo, sem grandes emoções e com missões repetitivas demais.
Graficamente, "Assassin's Creed III" é impecável. A ambientação nos Estados Unidos pré-independência é rica e detalhada. O áudio acompanha as situações e ajuda a dar clima no jogo. Em adição, o episódio ainda conta com um modo multiplayer, herdado de "Brotherhood" e "Revelations". Não é exatamente o foco da série, mas ajuda bastante quem curte muito a franquia e quer expandir suas horas de jogatina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário